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IGREJA Projeto de Deus

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Evangélicos e Ética

Observando o comportamento dos evangélicos no Brasil, pode-se perceber que a moralidade tem passado por mutações. Há poucos, em vez de serem conhecidos pela suas capacidades, eram pelo que não podiam fazer: não beber, não fumar, não... não.... Contudo, nunca foi algo de tão grande impacto na sociedade. Percebe-se o crescimento da consciência social e política dos evangélicos, mas, há de se observar também um relaxamento no tocante a seus padrões éticos, morais, e muitos são envolvidos em escândalos de toda sorte, quer nas finanças, relacionamentos afetivos e outros.
Nos primórdios das Igrejas evangélicas no Brasil, o trabalho evangelístico se dava associado à obra social em várias áreas, de conformidade com as necessidades detectadas, e tudo com distinção entre missão e evangelização, do que era dever cristão e participação sócio-política, observando papéis distintos de Igreja e Estado. A Partir da década de 70 desenvolve-se a consciência sócio-política da necessidade de uma participação política mais decisiva nos processos democráticos, especialmente no âmbito da ação partidária e da disputa por cargos eletivos. Acompanhando a este fator, vem o risco de confusão de missão com política. É necessário um repensar os princípios éticos para os evangélicos à luz da teologia.
Na ótica paulina, conforme pode ser visto na carta aos Gálatas, antes da chegada da fé éramos mantidos cativos, escravizados, sob a lei, incapazes de nos auto libertarmos, mas, esta escravidão não elimina a imagem e semelhança de deus em nós. Porém, para esta libertação se fez necessário necessitou de O Libertador viver uma vida humana em total dependência do Pai, Assim, a liberdade é conferida à humanidade mediante a integralidade da vida, morte e ressurreição de Cristo.
A ação libertadora de Cristo é caracterizada por ter Ele assumido a própria condição humana de escravidão, sendo totalmente fiel ao Pai, assumido a condição de maldito sob a Lei, abrindo a possibilidade de uma vida de plena liberdade.
A ética cristã está vinculada a espiritualidade, e se encontra na junção de liberdade e amor. A prática cristã da liberdade equivale à prática do amor como o eixo da ética e espiritualidade cristãs. Este amor se dá em atitudes, biblicamente compreendidas como bondade, solidariedade. Viver a liberdade cristã em amor em sociedades democráticas se expressa, não só mediante atos pessoais de bondade ao próximo, especialmente através de atos comunitários de bondade com vistas à construção de uma sociedade melhor.

Teologia, espiritualidade e ética não podem, jamais, serem dissociadas, se quisermos construir uma identidade cristã. Não se pode ter como pondo inicial desta construção somente um destas bases do existir cristão. Uma vez que a vida cristã é vivida na tensão escatológica, a futurição deve ser vista como o modo de ser da existência em Cristo. A identidade cristã se configura a partir de Cristo que é a nossa presente esperança futura. A ética cristã, de liberdade e amor deve ser buscada incessantemente para a consecução do objetivo de se ter pessoas melhores e por conta disso, uma sociedade melhor que vive uma vida segundo os padrões estabelecidos por Deus.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Teologia Reformada e Vida

Escudando-se nas condições hodiernas de um mundo em crise, o individualismo tem solapado o princípio de unidade da igreja e um tipo de fé de consumo se desenvolve, trazendo consigo uma pretensa espiritualidade “tu no teu cantinho e eu no meu[1]”, e pessoas cumprem rituais por desencargo de consciência mais preocupado com ter do que ser, consigo mesmo do que com Cristo.

O modelo protestante de Cristandade se afasta do ideal reformado de igreja promotora do bem comum, e procura fazer do Estado e da nação instrumentos para seu próprio benefício, fazendo gritante distinção entre Igreja e Estado no sentido de dissociação de vida pessoal e reino de Deus, e a vocação profética da igreja se faz nula por interesses políticos e institucionais.

A busca pelo alcance da plenitude da verdade pela razão tem minado a fé colocando Deus à margem, levando a igreja a desprezar os estudos bíblicos, a teologia, e tudo que é de valor.

Deve-se resgatar a teologia como atividade espiritual e não meramente acadêmica, uma teologia que ajude a nutrir praticas espirituais cotidianas do Povo de Deus. O modelo “teologia do sucesso
[2]” que tem como medidor de eficiência o número de membros de uma igreja e a ascensão meteórica do ibope pastoral tem reduzido a teologia a inutilidade.

O ambiente do teólogo não pode estar reduzido a um escritório cheio de livros e o indivíduo isolado, como cabeça pensante, a produzir a “verdade cristã”. O primeiro lugar da teologia deve ser a Igreja em missão onde aquele que foi chamado para o ministério pastoral, teólogo, portanto, promove o diálogo da prática e da teoria e a Igreja não funciona somente como destinatário da obre teológica, mas como sujeito da teologia enquanto age, com discernimento, no mundo.

A teologia é a expressão do modo de ser da comunidade cristã, e não um produto acadêmico meramente intelectual.

A teologia presta um desserviço se vira as costas às críticas, pois é em meio a elas que a teologia irá servir a Igreja, cumprindo o que Cristo fez, serviu. A prática pastoral também irá se consolidar em meio às abordagens críticas, mostrando que Teologia não é apenas teoria.Somos desafiados como teólogos protestantes brasileiros a fazer uma leitura de nossa igreja, de nossa cultura, de nossa teologia e verdadeiramente vivermos uma vida de fidelidade às Escrituras Sagradas, fidelidade aos princípios protestantes de uma igreja reformada sempre reformando.



[1] Trecho de um Hino antigo conhecido no meio evangélico
[2] Entendendo como uma visão mercadológica, sempre voltada a finanças.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Benignidade e Soberania de Deus

As teologias latinoamericanas são caracterizadas pela leitura com características de realidade de um povo oprimido que luta por sua libertação. Esta situação deve ser observada para um bom entendimento e valorização do evento histórico de libertação de um povo oprimido pela injustiça de um sistema político.
Acima de tudo, pode-se ver, no antigo testamento, a necessidade de ação missionária, e esta, é iniciada por Javé e Seu povo escolhido.
O que se pode observar claramente é a ação de Javé, um Deus presente no meio de Seu povo, agindo milagrosamente em prol dele. Um povo que guerreava em desvantagem, do ponto de vista humano, mas Javé fazia Seu povo vitorioso, e eles cantavam louvores pela vitória.
Sendo Javé o Deus de um grupo social desprivilegiado, ou seja, um povo escravo, oprimido, fragilizado, marginalizado, sofrido, que antes nem era reconhecido como etnia. O termo hebreu se referia antes a um grupo social vindo posteriormente a significar uma etnia. Daí se dizer, Javé o Deus dos hebreus. Um Deus que escolhe ouvir o clamor de um povo oprimido, ou seja, elegeu este povo para Si.
Javé encoraja a Seu povo, a uma caminhada em direção à terra, da qual Ele é Deus, em um projeto histórico de proporções extremas. Este povo caminha sob a Promessa de Javé a uma terra nova e, em havendo terra para este povo, haveria também a tão sonhada liberdade, que não é fácil de se estabelecer, por conta de batalhas a serem travadas com os povos das terras, a saber, cananeus, heteus, amorreus...
Javé é um Deus que se envolve pessoalmente com os hebreus, Seu povo, contudo não se submete a eles. Instrumentaliza-se de meios e pessoas, para fazer cumprir Sua vontade. Javé, portanto, promete libertação, mas exige fidelidade de Seu povo. Uma fé comum que une várias etnias, vários grupos de hebreus em um só povo. 
Javé é benigno e soberano e, no exercício de Sua vontade, Ele reina. É Deus que domina e para sempre dominará Seu povo.
Javé reconhecidamente O Rei de Israel, um reinado universal, como se vê no
Salmo 47, “Deus é o Rei de toda a terra”, rei de todas as nações. Aponta para um reinado cósmico de Javé. Um reinado com proposta de que todos os povos venham a ser parte desse um povo.
Observando o caráter universal da soberania de Javé deparamos com elementos utópicos, como: “perfeito relacionamento entre as pessoas e Deus, caracterizado por: prática de um governo justo, resposta de Deus às orações antes delas serem proferidas; louvor alegre e exuberante diante da majestade divina, e pleno conhecimento de Deus; haverá um perfeito relacionamento social, caracterizado por: ausência de conflitos pessoas e nacionais; ausência de tristezas; ausência de mortalidade infantil; apoio à velhice. Ninguém trabalhará para encher os cofres de terceiros, mas todos gozarão do fruto das próprias mãos; não haverá carentes, pois todos terão terra, trabalho e dignidade; haverá um perfeito relacionamento entre as pessoas e a natureza, caracterizado pela ausência de violência e problemas ecológicos”.
Somente quando a Igreja entender a necessidade de um profundo relacionamento com Deus experimentará um perfeito equilíbrio em todas as dimensões da vida e do próprio ser, ou seja, uma vez que o reinado de Javé se estende por todos os povos, é necessário que haja um perfeito relacionamento entre todos os povos, Deus e a natureza.
Mais do que nunca se faz necessário a priorização e organização do trabalho missionário na Igreja. Deus e benigno e soberano e esta benignidade e soberania são contribuições de Javé para toda a estruturação do trabalho missionário do povo de Deus. 


Um povo à altura de seu Deus

Com base na teologia de Isaías 40-55, é apresentada, como novidade, a redescrição da fé em Javé, afirmando ser somente Ele, Deus.
O autor expõe nomenclatura para o povo de Deus, sendo estas: Israel e Jacó; Judá; Jerusalém e Sião; além de algumas fórmulas que vinculam com o nome de Deus, a saber, “Meu povo”; “Javé teu Deus”; “Santo de Israel”; “Deus de Israel” e “rei de Israel”. Todas estas com referências bíblicas.
Com o quadro de destruição da cidade santa, cai a crença de sua inviolabilidade e seu povo passa a ter como configuração de sua identidade o pecado, ou seja, sendo o povo de Deus que experimentou o exílio reconhecido como pecador.
O sofrimento do “meu povo” impetrado e por Javé, por conta dos pecados outrora cometidos é destacado, sendo de grande importância, haja vista a necessidade de restauração do reino por Javé. O povo é punido por seu pecado, e tudo se dá por mão de Javé, e não por Marduque, como era crença encontradiça.
O pecado de Jerusalém é descrito por três termos, um que se refere ao trabalho forçado de guerra, do qual não se tem escolha, este termo é usado somente aqui com este significado, outro que é culpa de iniqüidade, perversidade e ainda aludindo a toda sorte de pecados.
Outras descrições são apresentadas no texto mostrando o quão distante se encontrava Jacó/Israel de Javé, como, não terem dado ouvidos à Torá tampouco aos profetas, preferindo viver a mercê da própria sorte ou do que bem intentavam fazer, tanto é que se faz i uso metafórico da embriaguez para se referir ao castigo se Javé bem como a pecaminosidade de Jerusalém.
Pela graça de Javé é este povo entorpecido pelo pecado a quem ele perdoa consola e resgata, mesmo tendo-se feito necessário o cumprimento das ameaças de Javé em castigar a nação com o fim do reinado e a deportação dos dirigentes. A grandeza e o poder de misericórdia de Javé, que excede nosso entendimento, é infinitamente maior que o mal.
O povo é animado a esquecer do sofrimento que outrora passara para estar atento às novidades do agir de Javé, um novo caminho apregoado de forma deveras eloqüente exaltando a majestade de Javé conduzindo, assim, à construção da nova identidade do povo de Deus.
Através da construção imaginativa de uma sociedade ideal é apregoado o reinado de Javé com Israel livre do domínio de outras nações, livre também da condenação por conta de seus pecados. Israel será feita por Javé, o centro de Seu governo mundial.
Aquela que fora a capital da injustiça social e da negação de Javé será a nova Jerusalém, seguirá a palavra do Senhor e terá de fato e direito o reinado de Javé, uma cidade construída pelo povo de Deus, andando em santidade e praticando a justiça de Javé.
O povo de Deus será conhecido com bases na identidade de Javé que é santo e se relaciona com seu povo em santidade. Um Deus criador e resgatador que terá o Seu povo na Sua presença sendo testemunha viva e concreta deste Deus


A práxis do discipulado co-igual

Em Paulo, a eclesiologia toma uma nova proporção, pois parte de uma idéia física para a espiritual, ou seja, passando a ser superior, uma comunidade cristã, acima, até mesmo de religiosidade. Esta é revolucionária, pois fica acima de princípios estabelecidos na época quanto a distinção sócio-econômica, política e gêneros.

Deve-se considerar a relevância de Gl 3,26-28 na eclesiologia paulina que mostra claramente que em Cristo não mais fazem sentido as distinções criadas pelas estruturas sociais humanas, com exemplo nos pares contrastantes, Judeus e Gregos, escravos e livres, homens e mulheres...

A Luta paulina pela igualdade traz uma nova perspectiva para a sociedade, devido às mudanças diante de Deus e dos homens no estabelecimento de laços fraternos, em Jesus, com pessoas de origens raciais, culturais e nacionais deveras diferentes

Muitas conjecturas há por parte de exegetas acerca do uso, por parte de Paulo, das expressões “macho e fêmea” em vez de “homem e mulher” quanto a diferenças entre papéis sociais e distinção biológica, isto por conta de contexto histórico da existência de correntes gnósticas.

Grande ênfase era dada, no mundo antigo na diferença biológica considerando que as propriedades religiosas, sociais, raciais e sexuais não eram tão diferenciadas quanto o são hoje.

O que se pode entender é que este Paulo escreve aos Gálatas proclamando que o batismo é algo que iguala a todos os cristãos e que são insignificantes todas as distinções de religião, de raça, de classe, de nacionalidade e de gênero. Todos que passam pelo batismo tornan-se um só em Cristo.



Espírito da Verdade

Os escritos joaninos apresentam Jesus ensinando sobre o Espírito Santo, ocasiões em que o chama de “Espírito da verdade”. João mostra em seus escritos que a verdade está profundamente ligada a Jesus, sendo que O Espírito Santo quem ensina a verdade que esta em Jesus.
A verdade que é Jesus é revelada conforme definida pela economia da trindade. Jamais haverá conflito entre estas partes e os Seus ensinamentos ao Seu povo sobre a caminhada cristã.
 No tópico “O mestre da igreja”, apresenta o aspecto ensinador do Espírito Santo, que ensina o que Jesus ensinou, uma vez que Jesus é a revelação da verdade. O Espírito Santo guiará os cristãos à verdade revelada, e as sim sendo, cumpre Sua função principal que é glorificar a Cristo. Sabemos que o Espírito Santo não veio trazer novo ensinamento acerca de Jesus tampouco de seus ensinamentos.
No tópico “A presença divina”, fala da morada de Deus em meio ao Seu povo, que muda de presença física, tendo Jesus tabernaculado entre Seu povo e Ele voltando para O Pai e enviando o Espírito Santo. Jesus fala de sua presença temporal em meio a Seu povo, que embora necessária, acabara de cumprir Sua missão e a necessidade do envio do Espírito Santo que é a presença permanente de Deus em meio aos Seus. 


Reino de Deus, Uma síntese da teologia neotestamentária

No AT Deus não é apresentado como rei antes da instalação de Israel em Canaã. Seu reinado estabelecido entre todas as nações, contudo há um povo escolhido de Javé que é Israel onde Seu reinado se manifesta, onde Ele reside, e abençoa, guia, protege como pastor de ovelhas.
  No Novo Testamento entra em cena um elemento novo que é a instauração do Reino em Jesus encarnado, ressurreto, exaltado e que se fará completo na segunda vinda de Jesus.
 Este reino anunciado no futuro que já se faz presente em Jesus tem causado muitas divergências de idéias entre espiritualistas e as gerações. Uns colocam idéia espiritualizada de reino agora e outros apontam somente para um reinado futuro.
 Textos Bíblicos acaloram as discussões aumentando a tensão do “já” e o “ainda não”, pois tanto dão base para um reino presente como futuro. Somos receptáculos das bênçãos do reino vindouro, mas ainda não em sua plenitude.
 O senhorio de Cristo é manifesto, mas ainda não em sua plenitude. A cruz de Cristo, símbolo de humilhação aponta para a exaltação. Foi depois dela que Cristo ressuscitou, ou seja, venceu a morte. Ele os garante esta vitória em Sua volta, que será “a morte da morte” e assim o tempo.
 Nós, enquanto igreja vivemos às expensas de Deus, que no Seu tempo fará pleno este reinado. Tomaremos assento no banquete da consumação do Reino


A essência do reino de Deus

Baseado nas bem-aventuranças, o reino de Deus é o que existe de melhor um reinado onde não há sofrimento e os incluídos nele podem desfrutar de um de uma vida sem carência, num ambiente de paz e justiça. Este só é possível pela ação de Deus no Homem. Deus vem ao encontro do homem e o torna participante de Sua comunhão. A vinda deste reino está acima do comportamento deste mundo. Este Reino vem porque Deus se realiza em Seu filho e isto está acima das exigências da Lei. A instauração do reino de Deus traz novas estruturas e vem quando a relação entre Deus e homem se torna sã no sentido da promissão veterotestamentária a respeito da aliança.
 No pai-nosso se vê a confirmação de Jesus a esta idéia de Reino que vem quando Deus é aceito como Deus e sua vinda depende de Sua vontade. Para quem se torna participante do Reino de Deus não há necessidade de preocupação com os víveres nem culpa além de esta relação restaurar corpo e espírito.
O reino de Deus não está atrelado ao tempo, ele vem simultaneamente no presente e no futuro, fazendo com que o mundo seja influenciado já no presente.

Deus como Pai Aspectos da Teologia dos Escritos Joaninos

João apresenta fartamente a idéia da paternidade de Deus, o que levou à Igreja o habito de chamar Deus de Pai.
João apresenta a figura do Pai ligada a do Filho desde o prólogo, conforme narra o texto bíblico. Jesus veio de Deus, tem um relacionamento íntimo e pode revelar Deus, considerando o fato de tê-Lo visto. A situação relacional de Deus com o pai, em relação à nossa é distinta.
João ensina que O Pai e O Filho são um, mas devemos lembrar que o próprio Jesus afirma que Deus é maior, de quem Ele mesmo vem cumprir a vontade. Os atributos são os mesmos do Pai e do Filho. Jesus é da essência de Deus e não há como dissociá-los. Só se vai ao Pai pelo Filho e quem vê o Filho vê o Pai.
O Pai estava presente em toda a vida terrena do Filho e este veio para fazer cumprir à vontade daquele. A Todo tempo o Filho faz menção do Pai.
Em João, a idéia da Paternidade de Deus está sempre ligada à figura do Filho, Jesus, e a relação entre Eles é de amor. Os seguidores de Jesus serão lembrados em honra pelo Pai, pelo Seu amor ao Filho.


Deus – Pai dos que crêem em Jesus, Aspectos da Teologia dos Sinóticos

Podemos ver nos Sinóticos, a questão da paternidade pessoal de Deus, apregoada por Jesus, ou seja, de que Deus é pai de Jesus Cristo e de todos os que crêem em Jesus. Esta afirmação não era algo comum, ainda que se concebessem a idéia de ser o povo de Israel, filho de Deus.
Com vistas à tradição do judaísmo antigo, primeiramente Deus é Senhor, alguém que merece, acima de tudo, toda reverencia, pelo fato de ser Ele O todo poderoso, o único que tem poder sobre vida e morte. Pouco se dirige a Deus como criador, preferindo-se a figura de ser Ele Rei. Para os discípulos de Jesus Deus é o Pai.
A idéia de se dirigir a Deus como Pai, ou “vosso pai”, como está no texto, não é algo tão encontradiço nos escritos sinóticos, salvo em Mateus que aparece com maior freqüência. O próprio Jesus faz o uso da expressão, com reservas, referindo-se aos discípulos, o que demonstra que é privilégio dos cristãos, e não de todos, indistintamente.
A filiação é algo que é dado aos que são escolhidos por Deus para a salvação. Somente estes podem a Deus de pai. Neste sentido, esta convicção de filiação de Deus é que dá aos seus servos a certeza da salvação, uma segurança de vida e coragem para depender de Deus. Todas as coisas estão sob o domínio de Deus.


Vida Cristã

As Epístolas, tanto paulinas como joaninas têm como tema central a vida cristã.
Deus revela Seu amor em Cristo, como podemos ver em 1 João e, este amor revelado nos mostra que aqueles que crêem em Deus refletem este amor divino, ou seja, quem ama a Deus ama o seu semelhante, e, se não o ama, não pode amar a Deus.
Com base no texto do teólogo evangélico norte-americano George Ladd, “A Vida Cristã”, observa-se o uso da idéia de um novo nascimento como estrada na vida cristã.
João fala sobre uma mudança que parte de algo novo que passa a fazer parte da personalidade que propicia ao que adentrou à vida cristã uma capacidade inata de romper com o pecado, fazendo, portanto a vontade de Deus.
Para descrever a vida cristã, João usa uma linguagem que parece mística, contudo são pertencentes à conduta cristã, que é a certeza de que Deus está/permanece nos crentes e estes nEle.
Aqueles que estão em Cristo permanecem na verdadeira tradição cristã. A totalidade da vida cristã se resume em não amar ao mundo (2,15), em amar a Deus (4,21) e em expressar este amor a Deus amando os irmãos cristãos.
A vida cristã é uma constante abnegação ao mundo em detrimento ao cumprimento da vontade de Deus. Não se pode amar a Deus amando as coisas que Ele abomina. O amor que demonstramos, na verdade, não é algo que parte de nós e sim resposta ao amor de Deus. Assim, como a luz da Lua é reflexo da luz do sol, o amor que devotamos a Deus é reflexo do amor dEle para nós. ‘Nós o amamos, porque ele nos amou primeiro’ (4,19). ‘E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também seu irmão’ (4,21).”