Quando se pensa em missões, lembramos que a instrução sobre missões, na grande maioria, tem sido concedida por algum missionário expondo suas experiências, na maioria das vezes trágica, no campo de trabalho. Tais experiências servem como um meio de encorajar ou desafiar, mas não podem servir de fundamento para o ensino sobre missões, pois todas as práticas do cristianismo estão fundamentadas e alicerçadas na Palavra de Deus e não no testemunho pessoal, mesmo que este seja verdadeiro.Sob a lente “missões” olhemos para Atos 2.42. Percebe-se que a igreja em Jerusalém perseverava na doutrina dos apóstolos. Entendendo que a igreja de Antioquia era fiel aos ensinos que foram ministrados na igreja de Jerusalém, pode-se afirmar, sem sombra de dúvida, que o ensino ministrado na igreja de Antioquia era também o ensino apostólico.
Tanto os profetas como os mestres estavam envolvidos numa só meta, a saber, transmitir para os crentes um ensino que fosse centrado no Messias. Sejam com distinções pessoais, ou às vezes com funções um pouco diferentes, eles eram como que uma única classe, empenhados, a fazer de Cristo o centro do ensino para a igreja que estava existindo em Antioquia. A igreja de Antioquia precisava ter na sua liderança homens experientes, que tivessem tido contato com a primeira igreja (Jerusalém), conhecimentos a respeito de Jesus, seus ensinamentos e sua história, para que assim pudessem transmitir um ensino cristocêntrico.
Ao se falar em missão, precisamos ter por base O Modelo por excelência, a saber, Jesus Cristo, que vivia voltado para a humanidade cumprindo o que é Propósito do Pai, que é fazer com que Seu povo retorne, ou seja, reconcilie com Deus. Para isto, Jesus se envolvia num “todo” da vida do povo, a saber, princípios régios, princípios de cidadania, princípios de boa convivência e mútua cooperação, tudo como quem vive uma vida de obediência ao Seu Senhor, e o era.
Portanto, a missão da Igreja deve ser integral. Precisa-se ter em mente que o servo não escolhe se serve ou não ao seu Senhor, isto posto, um envolvimento integral da Igreja em sua missão sugere uma vida de obediência integral ao Mestre, e é isto que significa andar com Jesus.
Uma das maiores barreiras a ser vencida para o envolvimento integral da Igreja no contexto social e a barreira do tradicionalismo. Não é nada fácil esta arte do convencimento de que a Igreja precisa estar envolvida por completo, não só com o indivíduo, mas, sua cosmovisão deve se ampliar para a criação em geral.
A evangelização deve ser efetuada pela igreja coletivamente e individualmente. Era exatamente assim que acontecia na igreja primitiva, cada um se colocava a disposição de Deus para proclamar.
A missão integral da Igreja, nada mais é do que uma questão de obediência às Escrituras Sagradas que ensina à Igreja, a missão Integral do Deus Triúno. Não conseguiremos, jamais, implantar esta idéia na Igreja se ela não conseguir enxergar esta verdade, que, para uns parece óbvia, contudo, para outros, obscura. A liderança da Igreja que tem este entendimento e conhecimento da necessidade de um envolvimento integral da Igreja precisa, com humildade, ensinar a Igreja a sua verdadeira missão no mundo.
O trabalho missionário está longe de ser, somente, algumas tarefas desenvolvidas pelas igrejas em datas específicas com público alvo pré determinado.
A missão da Igreja deve ser integral, e assim, para a glória de Deus.
