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sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Caminhada cristã - 1 Pe 1. 22 - 2. 10


Sempre gostei muito de “bolinho de chuva”, eu ficava sempre atento ao dia em que minha mãe fazia os bolinhos, e me deleitava. Mas o que eu quero mostrar é que enquanto minha mãe preparava os bolinhos eu estava brincando no quintal com alguns amigos, e a todo o momento eu entrava para ver se já estava pronto, e na maioria das vezes eu não esperava nem esfriar, eu sempre os comia, até mesmo sem lavar as mãos, uma vez que, do jeito que eu estava brincando eu entrava tirava um e voltava a brincar, quando minha mãe descobria, mandava logo eu tomar banho para depois comer, aí acabou a brincadeira, ou eu tomava banho para comer os bolinhos ou brincava, era um ou outro. É claro, eu optava sempre por tomar banho e poder comer.

Pedro está dizendo algo deveras importante para os crentes de Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia, pessoas provavelmente recém-convertidas. No contexto que lemos Pedro manda cingir o entendimento, cingir é amarrar, colocar um cinto, os soldados romanos usavam aquelas vestes, para guerrear e tinham que colocar um cinto para poder correr sem tropeçar,
Pedro fala que os cristãos deveriam cingir o entendimento para poder andar bem durante a peregrinação, não só durante a perseguição, mas enquanto estivessem na terra, Pedro compara a Terra com o deserto para Israel, nós não somos daqui, somos peregrinos e temos que andar com cuidado enquanto estivermos aqui, precisamos cuidado para não tropeçar. Tropeçar em que? Nas paixões carnais, nos desejos da carne, coisas que os antepassados daqueles crentes viveram e fizeram, e porque não dizer, coisas que eles mesmos fizeram antes da conversão.
 Pedro está chamando o povo para ser santo, pois Deus é santo. Uma vez que eles conheceram o Deus santo, agora deveriam se amar mutuamente, pois eram todos irmãos, eles deveriam tirar toda a sujeira e comer a Palavra, viver o evangelho no qual estavam crendo, porque toda carne se vai como a erva, a carne muda, mas a Palavra de Deus é imutável, por isso eles deveriam andar de acordo com ela e não mudá-la para que ela andasse de acordo com eles.
Considerando o que está acontecendo em nossos dias, não é muito diferente disso, uma vez que os cristãos têm feito a vida imutável e a Palavra mutável. A Bíblia “tem” que falar fala o que eles querem ouvir.

                Pedro passa a mostrar-lhes os passos para a conduta de vida, o que é aplicável a todos nós: raça eleita, sacerdócio real, nação santa.

I  - Despojar de toda maldade e dolo   -  kakia  e   dolov

                A primeira coisa que Pedro nos ensina é despojar, colocar de lado, tirar do caminho, remover, livrar-se daquilo que esta carregando, no grego é jogar fora, é a mesma coisa que tirar a roupa, abandonar todas as práticas. Temos que lembrar que Pedro estava escrevendo para Cristãos perseguidos por volta de 60 à 68, cristãos recém convertidos que deveriam aprender a viver retamente mesmo em meio à peregrinação, e é claro tudo isto serve plenamente para nós hoje que também estamos nesta peregrinação. 
                O que Pedro está mandando o povo e a nós jogar fora?
à maldade – kakia  - 1) maldade, malícia, malevolência, desejo de injuriar
2) iniquidade, depravação; 2a) iniquidade que não se envergonha de quebrar a lei; 3) mal, aborrecimento sentimento mal, crueldade, desejo de praticar o mal;
à Dolo – dolov - de um verbo primário arcaico, dello (provavelmente significando "atrair com engano"; 1) astúcia, engano, fraude, malícia toda ação praticada com a intenção de prejudicar, má-fé, fraude, engano, traição;
à hipocrisia – upokrisiv - hupokrisis  - 1) ato de responder; 2) resposta; 3) atuação de um artista de teatro; 4) dissimulação, fingimento,... falsidade, fazer de conta, mascarar-se, disfarçar-se;
à invejas – fyonov phthonos-  sentimento misto de desgosto e ódio provocado pela prosperidade alheia, ciúme;
à maledicência - katalalia katalalia-  falar mal do próximo, falso testemunho, blasfêmia, calúnia, difamação;
                Não só os cristãos daquela época, mas, de todos os tempo precisam abandonar todas estas práticas, a Palavra que nos foi pregada a qual propiciou o ambiente de nossa conversão e nos conduz à santificação deve fazer toda diferença em nós.
Precisamos tomar “aquele banho” que minha mãe mandava, ou seja, ficar limpo, purificar, limpar jogar tudo isto fora, para podermos trilhar destemidamente nossa jornada cristã, nossa peregrinação.
Além de nos mandar jogar tudo isto fora, parar de praticar, Pedro nos manda também fazer outra coisa.

II- Desejar

                É uma troca de valores que Pedro está sugerindo.
Os valores de outrora, não mais são valores, uma vez que receberam a salvação em Cristo Jesus, precisa demonstrar um novo jeito de ser e viver. O que é plenamente aplicável a todos nós.
                O que era a forma de viver antes da conversão, ainda que tenha aprendido em família, se faz parte da lista que Pedro colocou anteriormente, todas as paixões carnais, o fútil procedimento, tudo isto deve ser trocado. Assim como o leite é vital para a criança, saúde e desenvolvimento, assim também devemos ser ávidos pelo genuíno, não misturado, não adulterado, puro “Leite Espiritual”.
                O apóstolo Pedro compara o nosso desejo com o desejo da criança recém-nascida. Imaginem uma criança recém-nascida saudável que passa algum tempo sem ser amamentada. Ela chora desesperadamente. É isto que devemos fazer, do mesmo modo que uma criança saudável necessita e pede o leite materno, nós os cristãos necessitamos do leite espiritual.
                Por “leite” Pedro não está querendo dizer o mesmo que Paulo disse em 1 Co. 3.1-3. Paulo se referia aos crentes como crianças, que não podiam comer alimento sólido, por isso lhes dava leite espiritual.  
Pedro por sua vez está falando a crentes capazes de comer o alimento sólido, o leite que Pedro fala é o “genuíno leite” puro, sem mistura. Pedro está mostrando que a palavra que foi pregada é pura e nutritiva, ela sustenta, é capaz de fazer crescer, não há necessidade de comer outro alimento. Quando o ensino é puro ele é nutritivo ele nos faz crescer espiritualmente, deixamos de engatinhar e passamos a andar e até correr para obtermos a Canaã celestial.
                Entra o verso 3 dizendo: “se é que ...” no grego esta conjunção tema ideia de “Já que”, “certamente,” é uma conjunção condicional de fato, e não a condicional de dúvida, Pedro não estava duvidando da conversão daquelas pessoas, pelo contrário, por crer que eles eram convertidos, “uma vez que já tendes a experiência” Pedro manda que eles abandonem o velho homem, o antigo modo de se viver e desejem a cada dia o genuíno leite espiritual que os fará crescer, ora só cresce quem já nasceu, e se o crescimento é espiritual, logo, já nasceu espiritualmente, não nos resta a menor dúvida.
                Para que jogar os velhos costumes fora e desejar o leite espiritual? 

III- Achegar - proserxomai proserchomai -

                1) vir a, aproximar-se; 2) chegar perto de; 3) concordar com
Uma vez que o cristão abandonou suas práticas de não cristão, passou a beber o leite espiritual que produz crescimento ele vai consequentemente se aproximar de Deus cada vez mais.
                A expressão “chegando-vos para ele”, este “ele”, está se tratando de Cristo,  e, aproximar-se de Cristo exige de nós arrependimento e fé, mas não apenas isto, pois, o tempo verbal utilizado no texto original grego indica em um achegar-se constante, ou seja, você se aproxima mais de Cristo, sempre, todos os momentos você deve aproveitar a oportunidade e se arrepender de seu fútil procedimento, deve abandonar as paixões carnais e beber do leite espiritual, para poder se aproximar e crescer e caminhar livremente durante o tempo da peregrinação.
                Pedro aponta agora para Cristo que é a Pedra viva (ser ativo, abençoado, eterno no reino de Deus), mostrando que só por meio dEle é que temos a salvação, vida eterna. Isto posto, podemos e devemos combater a ideia de que Pedro é a pedra.  Cristo é a pedra viva, pedra angular - akrogwniaiov akrogoniaios - localizado em um canto extremo, a pedra de esquina de fundação.
A tradição católica entende Pedro como sendo a pedra, e, possivelmente, muitos na igreja primitiva creram nisto pelo fato de Cristo ter dito: “tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino” Mt. 16. 18-19. Isto acontece por não considerarem os versículos anteriores que mostram Pedro afirmando no verso 16 “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” ao que Cristo afirma no verso 17 “Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus.”  
No verso 06 de 1Pe 2, o que temos é uma citação do profeta Isaías 28.16 “Portanto, assim diz o SENHOR Deus: Eis que eu assentei em Sião uma pedra, pedra já provada, pedra preciosa, angular, solidamente assentada; aquele que crer não foge.”
No verso 07, citação de Sl 118.22 “A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular;”
Pedro mostra claramente e com base na Escritura AT que Cristo é a pedra, ele sege parafraseando Is 8.14-15 “Ele vos será santuário; mas será pedra de tropeço e rocha de ofensa às duas casas de Israel, laço e armadilha aos moradores de Jerusalém. Muitos dentre eles tropeçarão e cairão, serão quebrantados, enlaçados e presos.”
                Os construtores sabem muito bem que todo edifício precisa ser construído sobre uma base firme e Cristo é a base da Igreja, a pedra fundamental.
Quando subscrevemos confissão de Pedro, “tu é o Cristo, o Filho do Deus vivo” estamos afirmando crer que Cristo é a pedra fundamental que está posicionada, posta pelo próprio Deus e somos convocados como pedras vivas a  nos posicionar sob a orientação desta pedra angular que é a referência de prumo e esquadro, tornando-nos parte nesta casa espiritual, que significa, fazendo parte do corpo de Cristo, o único que é capaz de oferecer sacrifício agradável a Deus. Quem rejeita esta pedra, quem a tira de seu edifício acaba tropeçando nela, e a ideia de tropeçar aqui é claro, é ir para o inferno.

Conclusão

            Pedro conclui dizendo que os cristãos que abandonam a velha prática, bebem do leite espiritual e se chegam a Cristo são Raça Eleita... v. 9 e então deveriam pregar a mesma palavra para outros, é discípulo fazendo discípulo, este é o desejo de Deus para nossa conduta durante a peregrinação.    
                O nosso grande problema é que isto parece ser difícil demais, parece um sonho irrealizável.
A Bíblia nos mostra que desde o princípio é mais fácil terceirizar a culpa do que assumirmos nossos próprios erros, quando lá no Éden, Deus pergunta a Adão o que havia feito ele joga para Eva e esta para a serpente... É muito difícil reconhecer um erro porque somos vaidosos demais, queremos sempre ser o melhor do grupo. A rigor, nos apegamos ao fato de ser difícil abandonar a velha prática do pecado porque ela é gostosa, prazerosa, e há o velho ditado “o que é proibido é sempre mais gostoso”.
Precisamos romper a barreira de achar difícil bebermos o genuíno leite espiritual porque ele é muito denso, dizer que não temos tempo para ler a Bíblia, que participar do culto mais de uma vez por semana é cansativo e enjoado, isto faz com que sejamos sempre crianças espirituais, sempre engatinhando... nossa roupagem é tão grande que tropeçamos nela e não temos liberdade para caminhar durante a peregrinação. 
Vamos ler os versos 9 e 10 de modo bem pessoal, usando em lugar segunda pessoa do plural, a primeira: “Nós, porém, somos raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamarmos as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; nós, sim, que, antes, não éramos povo, mas, agora, somos povo de Deus, que não tínhamos alcançado misericórdia, mas, agora, alcançamos misericórdia. ”
Eu quero motivar a você, desafiar a você que já tem ouvido a Palavra de Deus, a dar um passo de fé e coragem e abandonar suas velhas práticas, aquele pecado que tenazmente te assedia, e passasse a partir de hoje a desejar ardentemente o leite espiritual, o genuíno, o puro.
Que você tenha sempre na memória que foi tirado das trevas para a luz, para proclamar as virtudes de Deus.
Subscreva a confissão de Pedro, que Cristo é o Filho do Deus vivo, a Pedra angular de sua vida.
Amém.

domingo, 7 de setembro de 2014

VISÃO DO VALE - Ezequiel 3.22-24; 37.1-14


Monte Everest - O Everest (ou Evereste) é a montanha mais alta do mundo. Está localizado na cordilheira do Himalaia. Situa-se na fronteira entre o Nepal e o Tibete (China). Tem 8.848m de altitude, e foi escalado em seu topo pela primeira vez pelo apicultor newzelandês Edmund Hillary em 29 de maio de 1953.

Pão de Açúcar - Montanha com altitude de 395 m na cidade do Rio de Janeiro, Um dos principais pontos turísticos da cidade. Seu pico é alcançado por um teleférico que parte do bairro da Urca.

Corcovado - Montanha com altitude de 704 m na cidade do Rio de Janeiro, Importante ponto turístico do país, tem no topo uma estátua do Cristo em concreto armado, de 30m de altura.

Pico da Bandeira - Ponto turístico na serra do Caparaó, divisa entre os estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Altitude: 2.890m.

Estados Unidos e China têm as duas pontes de vidro mais espetaculares — e amedrontadoras – do mundo – Num dos montes mais altos dos Estados Unidos, no Estado do Arizona, um dos principais pontos turísticos do país, foi construída uma passarela toda em vidro transparente numa altura superior a 1.200 metros. É a Grand Canyon Skywalk (“passarela do céu” do Grande Canyon). O turista pode olhar as montanhas de cima para baixo contemplar a profundeza.

Sem falar dos inúmeros Bungee Jumps espalhados pelo mundo...

Desde muito essa fascinação por estar no topo,  não podemos deixar de citar a Torre de Babel, e suas implicações.

  O homem gosta de estar por cima e olhar as coisas de cima para baixo.    Alcançar o topo, o auge, o clímax é a vontade de grande parte das pessoas. O fato é que depois de toda montanha alta existe um vale a ser percorrido.
Há momentos em que Deus convoca seus servos para uma conversa num monte: Moisés, Pedro, Tiago, João. Mas, às vezes, Deus tira o homem do monte alto e o leva a um vale profundo.

Na Literatura profética que aparece no Antigo Testamento nós encontramos testemunhos, visões e profecias de pessoas de fé, que receberam da parte de Deus e que comunicaram estas mensagens ao povo de Deus.
E algumas destas visões são impressionantes e poucas tão impressionantes como a visão do vale de ossos secos que se encontra em Ezequiel 37. Ezequiel era um sacerdote e era também um profeta de Judá. Ele viveu durante o Sec. VI antes de Cristo e durante a sua vida a cidade de Jerusalém foi sitiada, e depois foi ocupada, e depois foi arrasada, por um exército estrangeiro, o exército da Babilônia. E como o propósito era deixar o povo totalmente sem liderança, os babilônios levaram a todos os grandes líderes de Israel para o cativeiro.
Certamente levou o rei, com todos os seus auxiliares, toda autoridade civil, toda autoridade religiosa, militares, políticos, e deixaram o povo a mercê da própria sorte, totalmente sem direção, e um destes que foram levados, foi precisamente o profeta Ezequiel.
Aquelas pessoas que sobreviveram caminhando para a Babilônia, terminaram em campo de concentração, e ali no campo de concentração Deus começou a falar com Ezequiel e começou a dar-lhe lições quanto ao futuro que ELE tinha para o seu povo.
Por duas vezes, pelo menos, Deus conduziu Ezequiel, o seu profeta, ao vale. Ezequiel, o homem cujo nome significa “Deus Fortalece” foi levado ao vale para ter uma experiência viva com o “Deus que fortalece”.
•           Ez 3:22: “A mão do Senhor veio sobre mim, e ele me disse: Levanta-te e sai para o vale, onde falarei contigo”.
•           Ez 37:1: “Veio sobre mim a mão do Senhor; ele me levou pelo Espírito do Senhor e me deixou no meio de um vale que estava cheio de ossos”.
Ezequiel foi ao vale conduzido pela “Mão do Senhor”. A mão do Senhor estava agindo soberanamente na vida de Ezequiel

I.                    DEUS CONDUZ OS SEUS FILHOS AO VALE PARA REAVIVAR-LHES A ESPERANÇA.

Em estando na presença de Deus, Ezequiel tem a experiência de contemplar a Glória de Deus.

. Quando está no monte, o homem olha para baixo; quando está no vale, olha para cima.
. No monte, o homem contempla a criação; no vale, contempla o criador.
. No monte, o homem se deslumbra diante da glória humana; no vale, se prostra diante da glória de Deus.
. No monte, o homem aspira por ser reverenciado; no vale, ele reverencia.
Foi o que aconteceu com Ezequiel: “Levantei-me e saí para o vale, e eis que a glória do Senhor estava ali; e caí com o rosto em terra” – Ez 3:23.
Às vezes Deus nos tira dos montes e nos leva aos vales profundos das crises existenciais, das provações, das tribulações, enfermidades, dificuldades financeiras, dos problemas familiares. Às vezes palmilhamos os vales da sombra da morte.
• No vale, os nossos olhos ficam mais sensíveis à glória de Deus.
• No vale, os nossos joelhos ficam mais flexíveis.
• No vale o nosso rosto toca a terra com mais facilidade e rapidez.
• No vale nós sentimos saudades do Monte do Senhor, da casa de Deus.

Na visão que está escrita no Cap 37 do livro de Ezequiel, Deus conduz o profeta Ezequiel em missão à terra de Judá. Entendam bem, seu corpo, ou seja, fisicamente, Ezequiel estava na Babilônia, e o seu espírito estava no campo de Judá, especificamente estava em um vale, e não era um vale qualquer, mas o vale onde os babilônios haviam massacrado os israelitas, um vale em que os israelitas assassinados pelos invasores, não foram sepultados, e sim, todos aqueles corpos haviam ficado expostos ao relento. Com o passar do tempo aqueles corpos tiveram suas carnes comidas pelos animais, aves de rapina, vermes, apodreceram, sofreram a ação do tempo, o calor do sol e com o tempo o que sobrara naquele vale era uma enorme quantidade de ossos secos dos soldados, dos trabalhadores do campo, que morreram defendendo as suas posses.

II.                  DEUS CONDUZ OS SEUS FILHOS AO VALE PARA MOSTAR-LHES SUA MISERICÓRDIA.

Precisamos entender a nossa situação de miséria se estivermos distantes de Deus.

Deus leva Ezequiel ao vale, para que ele contemplasse a miséria espiritual de Israel. Ezequiel se vê no meio de um vale que estava cheio de ossos. Ele narra sua experiência: “Me fez andar ao redor deles; eram mui numerosos na superfície do vale e estavam sequíssimos” (37:2).

Nesta visão, o profeta caminha pelo vale e fica muito impressionado pela enorme quantidade de ossos secos que havia na superfície vale e, de repente, a voz de Deus quebra o silêncio e faz uma pergunta ao profeta: “Filho do homem, acaso, poderão reviver estes ossos?”, certamente esta pergunta deixa o profeta confuso, e sem saber o que responder, o profeta disse: “SENHOR Deus, tu o sabes.”, porque ele não tinha ideia se era possível ou impossível. Ele não tinha ideia se era possível que aqueles ossos poderiam ajuntar um com o outro, mas neste momento Deus dá uma ordem ao profeta, dizendo: Profetiza a estes ossos e dize-lhes: “Ossos secos, ouvi a palavra do SENHOR. Assim diz o SENHOR Deus a estes ossos: Eis que farei entrar o espírito em vós, e vivereis. Porei tendões sobre vós, farei crescer carne sobre vós, sobre vós estenderei pele e porei em vós o espírito, e vivereis. E sabereis que eu sou o SENHOR.”
Aquela visão dramática no vale era para fazer Ezequiel perceber a miséria espiritual do povo de Deus. Uma quantidade enorme de ossos sequíssimos. Esqueletos misturados e amontoados. Certamente Ezequiel se identificou com aquela situação e entendeu que a miséria espiritual de Israel era também a sua própria miséria.
Ezequiel foi levado a ver como Deus vê; olhar como Deus olha; sentir como Deus sente. E a visão que Deus tinha de seu povo é de que eles estavam mortos, secos. (v.11)” Então, me disse: Filho do homem, estes ossos são toda a casa de Israel. Eis que dizem: Os nossos ossos se secaram, e pereceu a nossa esperança; estamos de todo exterminados.”
•           Algumas características daqueles ossos: inércia, gelidez, apatia, incapacidade total de qualquer ação.
Ezequiel obedeceu ao mandato divino e profetizou como Deus lhe ordenara, e falou aos ossos mortos, secos, sequíssimos como diz o texto bíblico. Em resposta à sua palavra em obediência a Deus acontece um milagre, aqueles ossos começaram a mover-se e cada osso encontra e encaixa com os seus correspondentes e complementares e pouco a pouco vão se formando os esqueletos, e sobre os ossos começam a surgir, tecidos, tendões, músculos, peles, e afinal ele vê que todas aquelas pessoas que haviam sido assassinadas, agora estão com seus corpos refeitos e era um poderoso exército, porém, inanimado, sem folego, sem vida. São corpos perfeitamente formados, mas não têm espírito.
Infelizmente é a realidade de muitos hoje, ainda que sejam crentes: inércia, frieza espiritual, apatia total à igreja. Aí vem o resultado: falta de envolvimento na obra de Deus; ausência nas atividades da igreja; frieza e apatia na hora do culto; passa a acompanhar a agenda do pastor. Se o pastor está na igreja, ele vai; se não está, também não vai.
Então, o vale nos serve de espelho para contemplarmos nossa miséria espiritual e uma necessidade urgente de revitalização.

Em resposta à Palavra profética, cada um desses ossos se une aos outros e cada corpo é composto, novamente, como dantes, haja vista ter havido ali uma multidão de pessoas mortas.
Por isso Deus volta a falar com o profeta, e, desta feita, com mais uma ordem: “Profetiza ao espírito, profetiza, ó filho do homem, e dize-lhe: Assim diz o SENHOR Deus: Vem dos quatro ventos, ó espírito, e assopra sobre estes mortos, para que vivam.”
Ezequiel profetiza como o SENHOR lhe ordenara e, novamente, ação soberana e miraculosa de Deus, o espírito entra  nos corpos, e eles viveram de novo e ficaram de pé. Havia tanta gente, que dava para formar um enorme exército.
Todas essas coisas acontecidas em decorrência da Palavra Profética, mas, para compreender este texto, é necessário recordar ou aprender algo muito importante sobre a palavra Espírito. Tanto no Hebraico, que é o idioma em que foi escrito o Antigo Testamento, como no Grego, que é o idioma do Novo testamento, espírito quer dizer, vento, hálito. Quando você põe o dedo abaixo do nariz, vai sentir o calor de seu próprio hálito, e quando uma pessoa está desmaiada, totalmente paralisada, o primeiro procedimento para sabermos se a pessoa está respirando, é este. Aquele exército não tinha como diz em hebraico xwr ruwach, não tinha como diz no grego pneuma pneuma, não tinha hálito, não tinha espírito.
Deus ordenou ao profeta que profetizasse para os quatro ventos, possivelmente norte, sul, leste, oeste, que são os pontos cardiais. Diga que o Senhor está mandando que ele venha de todas as direções para soprar sobre esses corpos mortos a fim de que vivam.
Esta ideia nos parece conhecida, pois, quando recorremos à Escritura, na narrativa da criação, conforme registrada no livro de Gênesis, vemos Deus formando o homem, do pó da terra, Gn 2.7, e depois de estar o homem completamente formado, ainda não há nele vida, ainda que estivesse fisicamente pronto, falta-lhe o espírito e este lhe é dado no memento em que o SENHOR sopra, pois só Deus tem o poder de dar-nos o espírito, o hálito de vida, fôlego. Portanto esta cena descrita neste texto de Ezequiel é um ato de criação, ou seja, de recriação, Deus promovendo uma nova criação, haja vista terem sido tomados ossos que outrora compuseram corpos vivos, já criados.
Esta é uma visão da promessa vinda da parte de Deus de que Ele em Sua santa e bendita graça e por amor, vai restaurar o seu povo e aqueles que segundo a visão do mundo estão aniquilados, irão levantar e os que estão mortos terão vida. Isto está claramente explicado nos versículos 11 a 14, onde o profeta narra o que Deus lhe disse depois: Homem mortal, o povo de Israel é como esses ossos. Dizem que estão secos, sem esperança e sem futuro. Por isso, profetize para o meu povo de Israel e diga-lhes que eu, o SENHOR Deus, abrirei as sepulturas deles, e os tirarei para fora, e os levarei de volta para a terra de Israel. Eu vou abrir as sepulturas onde o meu povo está enterrado e vou tirá-los para fora; aí ficarão sabendo que eu sou o SENHOR. Porei a minha respiração neles, e os farei viver novamente, e os deixarei morar na sua própria terra. Aí ficarão sabendo que eu sou o SENHOR. Prometi que faria isso e farei. Eu, o SENHOR, falei.
É fácil compreender porque este texto é tão lido, relido, estudado ao longo dos anos. É importante para todos nós, que somos povo de Deus porque este texto que é tão maravilhoso, verdade de Deus para nossa vida, contém uma promessa para todos nós, sobretudo para aqueles que têm passado por crises em suas vidas, se bem que todos nós passamos por estes momentos de crise, sendo tentados, até mesmo a pensar que não tem mais jeito, não há perspectiva futura.
Vivemos rodeados de pessoas que, por vezes, nos coloca para baixo dizendo, desiste, você não vai conseguir, você não vai chegar a lugar nenhum, você está caído e não vai conseguir de reerguer. Todos nós, em algum momento na vida passamos por crise.
Este texto nos diz que no meio da crise, podemos e devemos confiar em Deus, com toda esperança.
Este texto nos diz que no meio da crise, podemos e devemos confiar em Deus que nos ajuda a sobreviver até à queda mais catastrófica.
Este texto nos diz que Deus pode nos fazer de novo, que Deus pode nos voltar a vida! Por isso, irmão, precisamos compreender que a Bíblia, tanto no Antigo testamento como no Novo testamento, afirmam que a morte não é a última palavra.
Este texto que nos fala de um grande exército que se levanta em resposta à pregação da Palavra, uma enorme quantidade de ossos secos, totalmente sem vida. Da mesma forma, em nossos dias precisamos profetizar e anunciar, que Jesus Cristo, o Jesus de Nazaré, O Jesus histórico, do Novo Testamento assim como ele ressuscitou, nos fará levantar de entre os mortos para vencer a morte, o pecado e a maldade. É por isso que nós, que somos povo de Deus vivemos com esperança, porque sabemos que Deus é nosso pastor e sob a condução do Espírito Santo somos conduzidos e capacitados a passar, até mesmo, pelas experiências mais dolorosas em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.

III.                DEUS CONDUZ OS SEUS FILHOS AO VALE PARA DAR-LHES UMA VISÃO ABRANGENTE DE SUA SOBERANA VONTADE.

Devemos ter em mente a necessidade de SUA ação vivificadora.

•           Tendo contemplado a realidade espiritual de Israel, Deus coloca diante de Ezequiel a seguinte interrogação: “Filho do homem, acaso, poderão reviver estes ossos?”.
E para nós, segundo o nosso entendimento...
É possível brotar vida onde há morte? É possível revitalizar ossos secos?
É possível um crente frio espiritualmente voltar ao primeiro amor?
É possível um exercito de esqueletos secos tornar-se um exército do Deus poderoso?
É possível uma igreja fria tornar-se fervorosa?
Lembram da resposta de Ezequiel: “Senhor Deus, não sei, mas tu o sabes”.  (v.3).

 Deus diz Sim, é possível. Mas para que isto aconteça, duas coisas são necessárias:
1.         A ação restauradora da Palavra proféticaProfetiza a estes ossos e dize-lhes: ossos secos, ouvi a palavra do Senhor.
• Parece absurda a ordem, mas Deus mandou o seu profeta profetizar e pregar a Palavra do Senhor.
• Parece absurda, mas não é quando se entende que a “Palavra de Deus é perfeita e restaura a alma” (Sl 19:7).

 
Parece absurda, mas não é quando se entende que a “Palavra de Deus é viva e eficaz” (Sl 19:7).

2.         A ação vivificadora do Espírito SantoPorei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos estabelecerei na vossa própria terra. Então, sabereis que eu, o SENHOR, disse isto e o fiz, diz o SENHOR. (V14)

Devemos orar e pedir ao Senhor que envie seu Santo Espírito sobre àqueles para os quais anunciarmos a Sua Santa Palavra. Portanto irmãos, não vacilemos, não claudiquemos em meio às lutas, em meio às enfermidades, em meio às provações, em meio à solidão, em meio aos conflitos, ainda que você esteja no vale da sombra da morte.


Levantemos nossas vozes em oração pedindo ao Senhor que nos deu de SEU Espírito, que continue a soprar e que o seu hálito divino seja abundante em nós. 

Que Ele envie seu santo Espírito sobre o seu povo, para que sejamos cheios de SEU Espírito. 

sexta-feira, 16 de maio de 2014

JESUS CRISTO O NOSSO MODELO


João 13.15. “porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também.”

Para se erigir um edifício, precisa-se de uma planta. Nada dele pode ser construído sem que primeiro exista um modelo, ou um projeto a ser seguido.
Para a construção do edifício espiritual de nossa vida, também existe um modelo a ser seguido.
O contexto deste versículo, que vai do capítulo 13 ao 17, temos Jesus, o Filho de Deus revelando-se mais amplamente aos seus discípulos. Pelo seguinte motivo: ele estava sendo rejeitado pelos representantes da nação judaica. Então, ele não mais se declara abertamente.
Nestas circunstancias, Jesus começa, então, a manifestar-se aos seus discípulos, mais abertamente, de sorte que suas convicções a respeito de sua divindade ficaram profundamente estabelecidas.
No contexto do texto lido vemos Jesus, dando uma lição de humildade; quando ele lava os pés dos seus discípulos.  
Jesus lavou os pés dos seus discípulos, e perguntou-lhes: “compreendeis o que vos fiz?” E Jesus continua, dizendo-lhes que eles faziam bem ao chamá-lo de Senhor e Mestre, por ser ele Deus. Os discípulos deviam fazê-lo, em reconhecimento à sua divindade.
Então, Jesus dá a lição: “ora, se eu, sendo o Senhor e Mestre, vos levai os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos deis o exemplo...”
Deus tornou-se homem para dar ao gênero humano uma ideia concreta, definida e palpável do que é a pessoa que devemos ter em mente quando pensamos em Deus, e ainda, em como agradá-lo.
Sproul no seu livro, como viver e agradar a Deus , escreve: “Há no N.T. três ocasiões onde Deus fala audivelmente dos céus. Nas duas primeiras Deus declara que se compraz de seu Filho.” Que aprovação mais elevada uma pessoas pode receber do que  saber que Deus se compraz dela?
Todo cristão deveria nutrir em seu coração, um desejo intenso de agradar a Deus; honrá-lo deve ser o nosso prazer. Satisfazer nosso redentor é a maior alegria que podemos experimentar.
Todos nós iniciamos a vida cristã com a intenção de viver de tal modo a agradar a Deus.
Qual é a pessoa que Deus tem em mente ao começar o processo de salvação de uma pessoa?
Jesus Cristo, o modelo que agrada a Deus.
Vejamos alguns sinais particulares do modelo Jesus, nos quais o vemos, deixando marcas que nos desafia, e por isso devemos imitar.

I. ELE FOI MODELO NA HUMILDADE
“...pois ele, subsistindo em forma de Deu, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana.” . ( Fp 2.6-8)

O texto fala que Jesus é Deus, quando diz que subsistia em forma de Deus, no entanto, a si mesmo se humilhou, deixando seu status celestial.
Jesus Cristo, segundo os conceitos humanos, tinha motivo de sobra para se orgulhar, no entanto escolhei ser humilde.
Se bem que, o que para a humanidade é impressionante em Jesus, é para ele algo intrínseco de seu ser, a saber, sua humildade, como podemos ver, por exemplo, a ocasião em lavou os pés dos discípulos.
O texto diz que Ele se humilhou até a morte e morte de cruz.
Humildade significa identificar-se com o pó. É olhar para si mesmo e dizer: eu não sou nada. Se sou hoje um cristão é pela misericórdia e graça de Deus
Infelizmente a soberba da vida existe e todos nós estamos sujeitos a ela.
Jesus humilhou-se para deixar-nos um exemplo. E aquele que diz permanecer nele, esse deve também andar assim como ele andou. 1 Jo. 2.6.
Jesus foi exemplo, porque sabia que, conforme diz o Pe. Mauel Bernandes: “não há modo de mandar ou ensinar mais forte do que o exemplo: persuade sem retórica; reduz sem porfia; convence sem debate; desata todas as dúvidas e corta caladamente todas as desculpas. “

II.         ELE FOI MODELO NA ORAÇÃO.
“Tendo-se levantado alta madrugada, saiu, foi para um lugar deserto e ali orava.” ( Mc. 1.35)

Neste capítulo primeiro de Marcos, vemos Jesus sendo tentado, vem para a Galiléia, logo após, ele vocaciona os seus discípulos, depois cura um endemoninhado em Cafarnaum, cura a sogra de Pedro, e no verso 32 e 34 a,  diz assim: “À tarde, ao cair do sol, trouxeram a Jesus todos os enfermos e endemoninhados...e ele curou muitos doentes em toda sorte de enfermidades...” neste contexto de tantos afazeres, Jesus se retira para orar.
Jesus tinha seu tempo bem preenchido, mas no meio do seu trabalho ele encontra momentos para ficar a sós com Deus. Jesus orava durante a noite, nas horas silenciosas da madrugada. Ele gostava passar tempos a sós com Deus.
É comum a frase: “A oração é a chave que abre a porta do céu.”
O Pastor e professor Alan Brizotti cita John Aikman Wallace que disse “A oração move a mão que move o mundo”.
Isaque da Síria disse: “Não reduzas as tuas orações a meras palavras, mas antes, faz, da totalidade de tua vida, uma oração a Deus”.
Rosalind Parker disse: “A oração é a conversa entre duas almas que se amam”.
Jesus deixou-nos o grande exemplo, que é estar em plena harmonia com Deus, em oração, por isso devemos sempre orar em favor das nações, da igreja, da família, dos líderes da nossa igreja, e de nós mesmos.
Em 1Ts 5.17 está escrito: “orai sem cessar.”  
Em Rm 12.12  regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração, perseverantes
Precisamos, imitar Jesus, sendo também exemplo, pois, “há um transcendente poder no exemplo. Podemos reformar os outros inconscientemente apenas quando andamos corretamente.” (Mme. Swetchine).

III.        ELE FOI MODELO NO CONHECER AS ESCRITURAS.
“Mas Jesus lhe respondeu: está escrito...” ( Lc. 4.4b).

Quando Jesus foi tentado no deserto, ele combateu a Satanás com as Escrituras, dizendo que estava escrito.
Segundo o comentário de Davidson, Jesus respondeu a satanás como homem e não como filho de Deus, representando os homens.
Satanás vê que Jesus tem fome e diz: “se és Filho de Deus mande que estas pedras se transformem em pães”. Jesus responde, “está escrito”. Satanás vê que Jesus responde com a Bíblia, também começa a usá-la, dizendo: “também está escrito”. Mas Jesus não desiste da Bíblia e continua usando a mesma dizendo: está escrito. Então Satanás vendo que não podia argumentar com Jesus com a Bíblia muda de estratégia, mas Jesus continua com a Bíblia e diz: “está escrito”
Jesus demonstra conhecer profundamente as Escrituras Sagradas, nós também devemos conhecê-la. Foi ele quem disse: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim.” Jo 5.39
 “Seja cauteloso em sua vida. Você pode ser a única Bíblia lida por muitas pessoas.” (Herbert V. Prochnow).
Jesus disse e continua a dizer: “eu vos deixei o exemplo”

IV.        ELE FOI MODELO NA SANTIDADE.
“Bem sei quem és: o Santo de Deu!.” ( Lc.4.34c ).

Esta frase é uma pequena parte da fala de um demônio, quando este viu o Senhor Jesus.
O demônio reconhece Jesus como “o Santo de Deus”.
Esta parte, Santo de Deus, significa que os demônios tremem na presença da santidade divina de Jesus. Santo de Deus é uma expressão que nos mostra o especial relacionamento que havia entre Jesus e Deus.
Certa feita Jesus faz um duro discurso e muitos discípulos  se sentiram ofendidos. Jo 6.66-69 – “À vista disso, muitos dos seus discípulos o abandonaram e já não andavam com ele. Então, perguntou Jesus aos doze: Porventura, quereis também vós outros retirar-vos? Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna; e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus.”
Jesus, o modelo cristão, é a motivação para santificação, é a absoluta perfeição moral do próprio Deus. É o padrão para a nossa santidade moral. Portanto, precisamos andar em espírito.
Paulo escreve às Igrejas da Galácia, dizendo: “digo, porém, andai em Espírito, e jamais satisfareis à concupiscência da carne.” Gl 5.16
Há uma grande necessidade que é também um desafio de andarmos em espírito, ou seja, andarmos guiados pelo Espírito Santo. Não podemos relaxar em nossa conduta cristã por causa do pecado. Temos Cristo como nosso modelo, devemos imitá-lo. O Senhor Jesus viveu uma vida de santidade. A única forma de vivermos em santidade é fazer como Jesus fez que é andar com Deus.
A vida cristã é um campo de batalha, uma arena com leões ferozes famintos e devoradores, e todos precisam lutar como bons valentes; do contrario, nós seremos alvos fáceis a serem atingidos pelos nossos inimigos: a carne com suas concupiscências, o mundo com suas iguarias, e o diabo, com suas artimanhas.
Precisamos buscar viver em santidade, pois Deus é santo e requer de nós santidade. Procure Ter o senso da santidade de Deus. Seja o que Deus quer que você seja. Ande nas pegadas do mestre. Imitá-lo deve ser o nosso ideal, pois, quando o ideal de um homem é maior do que a sua vida, ele dá a sua vida pelo seu ideal.
            
V.    ELE FOI MODELO NA SUBMISSÃO
 “Dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, e, sim, a tua.” ( Lc. 22.42).

Neste texto, Jesus revela sua plena submissão ao Pai.
Estava chegando o momento de Jesus ser humilhado, chicoteado, cuspido, maltratado e pregado no madeiro; ele sabia de tudo o que o iria acontecer, quando ele disse nos v. 37. “pois vos digo que importa que se cumpra em mim o que está escrito”.
Jesus sobe com seus discípulos no Getsêmani. Jesus vai orar só, e então fala esta frase do texto acima, demonstrando total submissão ao seu Pai.
Jesus sempre procurou fazer a vontade do Pai. Em Jo 5.30. vemos Jesus dizendo: “Não procuro a minha própria vontade, e, sim, a daquele que me enviou.”.
Ário tinha a concepção de que o Filho era inferior ao Pai e que, por isso, ele era subordinado ao Pai. Atanásio e o Concílio de Nicéia refutou essa concepção de Ário.
Uma vida de submissão significa submeter-se inteiramente a vontade de Deus, a ponto de fazer aquilo que esta no coração de Deus e nunca, jamais, a própria vontade.
A vontade de Deus sempre se revela na vida de Jesus, a vontade do Pai foi plenamente satisfeita tanto no Jardim do Getsêmani quanto na cruz.
Uma vida pautada em Cristo satisfaz a vontade de Deus.

CONCLUSÃO
Certamente há muito mais a falar a respeito de Jesus, nosso modelo de vida, contudo, verdade é que em todas as coisas feitas por Jesus nesta terra, a sua humildade, a sua vida de oração, o seu conhecimento das escrituras, sua santidade e a submissão, foram para a glorificação de Seu Pai Eterno.
Num certo momento ele diz: “Pai, glorifica o teu nome. Então veio uma voz do céu: Eu já o glorifiquei, e ainda o glorificarei.” Jo 12.28
O cristão, assim como Jesus, precisa ser desejoso de ver Deus sendo glorificado. Do contrário, algo está errado. Pois, o homem foi feito para glorificar a Deus. Deus nos agraciou com a vida eterna e com toda sorte de bênçãos para que através destas bênçãos ele seja glorificado. Deus será glorificado em nossas vidas se seguirmos os passos de Jesus.                  
Se, de fato, vivemos para Cristo, ou por Cristo, ou se quisermos satisfazer a vontade do Pai, então teremos que imitar a Jesus. Cada cristão deve ser, em sua medida humana, verdadeira imagem e semelhança de Cristo. Que ele cresça e que eu diminua.
Foi Jesus quem disse: “Aprendei de mim.”

Ele não somente foi para nós modelo, Jesus é e sempre será o nosso modelo por excelência.