De Consumidores a Discípulos

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Quem é Você no Corpo de Cristo - Quais os Resultados do Exercício dos Dons Espiriuais

Quem é Você no Corpo de Cristo - O Que São Dons Espirituais

Quem é Você no Corpo de Cristo - Introdução - A Vontade de Deus para Cada Um

IGREJA Projeto de Deus

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Teologia e Ação Soial

O termo teologia há muitos tem perdido a significação plena de sua proposta de ser estudo que se ocupa de Deus, de sua natureza e seus atributos e de suas relações com o homem e com o universo que vem sendo prejudicadas mais e mais com o passar dos tempos dadas as tendências mercadológicas assumidas pelas igrejas chamadas evangélicas.

Observemos os versículos abaixo:

- Mt 5.16 - Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.

- Mt 6.1 - Guardai-vos de fazer as vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles; de outra sorte não tereis recompensa junto de vosso Pai, que está nos céus.

O que a Bíblia ensina está, cada vez mais distante do que tem sido vivenciado em nossos dias. A humanidade tem se ocupado cada vez menos em fazer algo para outrem, do contrario, tem cada vez mais procurado fazer todas as coisas em beneficio próprio. Os chamados evangélicos, por sua vez, têm perdido excelentes oportunidades de glorificar a Deus e tem buscado sua própria glória, ao fazerem de tudo para serem notados pelos seus iguais.

Onde ficam as coisas a respeito de Deus? Onde Sua natureza e atributos? Onde suas relações com a natureza e os homens?

Mais uma das tarefas da teologia que tem se tornada desafiadora em nossos dias é a de despertar o interesse das pessoas por esta relação entre Deus, natureza e humanidade, o que seria um pleno envolvimento em ação social. Em nossa época tem se tornado muito que ao se falar em ação social se pense, imediatamente e somente em obras e ações assistencialistas, e se esquece do dever cristão e humano de se ocupara na informação para a formação de pessoas mais bem esclarecidas no tocante a seus direitos e deveres sociais.

As nossas reuniões de oração por vezes tem se tornado em sessões de desabafo em que muito é dito, muito é pedido e tudo com a intenção egoísta de se autobeneficiar.

A Bíblia nos ensina a amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, além disso, que devemos exercer um amor fraternal, cordial, que prefere em honra ao outro, e que o contrario disto é amor fingido. Também ensina que se amamos a Deus devemos exercitar a mutualidade do amor e que quem não ama não conhece a Deus. Não podendo esquecer que não devemos tomar a forma deste século... O que temos feito com este conhecimento da Palavra de Deus? Que transformações estamos promovendo?

Teólogos cristãos, que deveriam se ocupar em promover um ambiente propício a que mais pessoas sejam motivadas a serem verdadeiros servos de Deus ficam gastando o precioso tempo de Deus em moldar liderança que lhe agradem e obedeçam sem contestação.

A igreja precisa ser ensinada de seu dever social em que não pode se conformar em serem apenas meros atores sociais e sim, precisa desempenhar seu papel de agentes de transformação. Devemos lembrar-nos do modelo por excelência que temos para nossa vida, a saber, Jesus Cristo e, n´Ele, aferirmos as questões éticas e morais em um ambiente hostil em que a ética não tem se comprometido com a moral, do contrário, tem sido situacional. O que tem sido feito mediante as propostas de corrupção, das injustiças sociais?

A teologia precisa ser do coração de Deus e ensinar atitudes e comportamentos que no dia-a-dia leve os cidadãos a se manifestarem na defesa de valores e práticas assumidas como fundamentais para a vida coletiva, visando a preservar a sua harmonia e melhorar o bem-estar de todos, numa verdadeira atitude de civismo e cidadania, e esta se constrói com a união de vários conceitos, entre eles, igualdade, liberdade política, ética, informação, justiça, condição humana e outros.

Infelizmente, tudo na vida tem sido motivado por dinheiro, até mesmo a relação fé e razão. Como então conseguirmos ensinar ao povo que voto jamais deve ser motivado por dinheiro, por favores, por trocas... Como se corrompe a fé se faz com a cidadania.

Em qualquer leitura minimamente atenta nota-se a diversidade de significados que carrega a expressão “ação social”. As pessoas podem e devem aproveitar a existência de grupos, como igrejas evangélicas e outros, que já costumam se reunir periodicamente, para propor a organização com o objetivo de melhorar suas vidas. E melhoria significa ter acesso à saúde, transporte, educação, moradia de qualidade, entre outras coisas, e isto não faz com que as igrejas funcionem apenas como organizações sociais, mas, também como.

A relação entre teologia, igreja, evangélicos e sociedade deve ser simbiótica, e não parasitária nem comensalística.

Que Deus nos conduza sob Sua graça para que possamos cumprir nosso papel na historia como servos do Deus vivo e para isto estejamos a disposição de todos que precisamos servir.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

O Pacto de Lausanne, Novos Desafios da Missão Integral


Há tempos a proposta de se viver um “modelo” biblico de Igreja, como sendo verdadeiramente corpo de Cristo, se tornou uma tarefa utópica dada a diversidade de gostos e a perda do foco central do que vem a ser “Igreja Corpo de Cristo”. A centralidade da vida cristã, portanto vem perdendo o foco e o culto que deve ser  agradável a Deus passa a ser mesclado com ofertas obtusas e a unidade da Igreja vem sendo cada vez mais utópica.
      Muitas marcas[1] preocupadas com um consumismo gospel manipulam a mídia com propostas quiméricas que provocam crises na identidade cristã, bem como crise de relevância.
        Data de 1974 O Pacto de Lausanne, que foi um marco para o movimento evangélico, pois, entre as suas contribuições busca estabelecer alguns dos principais contornos doutrinários da identidade evangélica, que propiciariam uma vida cristã em unidade como Corpo de Cristo, independente do conjunto de valores posto pelas mais variadas propostas de igreja como “suas” doutrinas. 
            Questões basilares como “O Propósito de Deus”, “A Autoridade e o Poder da Bíblia”, “A Unicidade e Universalidade de Cristo” e “O Retorno de Cristo” são tratados e apresentados com demonstração de preocupação do verdadeiro princípio de autoridade, contudo, a "religiosidade secular"  traz um matizamento que, por suas leituras deturpadas, que, em vez de conduzir cristãos ao amor levam a um pseudo-cristianismo rançoso viciado.
        Evangélicos são concordes entre si que tem Cristo como único e suficiente Salvador, até mesmo verbalizando publicamente sua convicção credal, contudo, parecem estar ligados a “cristos” diferentes visto serem inversamente proporcionais em suas certezas.
        Mostrar ao mundo hodierno que é possível viver em paz, como evangélico, sem querer defender bandeira pessoal ou, como dizem “Placa de Igreja” é um grande desafio. Temos buscado viver como cristão em meio a uma sociedade hostil que encontra dificuldades de perceber que ser cristão não significa tipificar esta ou aquela igreja ou denominação, e sim vivendo como Cristo requer de seu povo, que sejam seus imitadores. Imitar a Cristo não significa entalhar uma cruz de madeira, ter sobre a cabeça uma cruz de espinhos, ser açoitado na caminhada para a morte e ser crucifixado, e sim ter como projeto de vida obedecer a Deus, fazer a Sua vontade, como Cristo fez, sendo obediente ao pai de forma incondicional, estando sempre a disposição de servir, tributando ao Pai todo louvor, toda honra e toda glória. Faz-se necessário, a cada instante, um constante rever de conceitos e valores pessoais para que vivamos buscando viver plena comunhão missionária com Deus e dos membros do Corpo de Cristo, uns com os outros.
Assuntos como “A Natureza da Evangelização” e “A Responsabilidade Social Cristã” abordados em Lausanne nos desafiam a buscar uma autêntica identidade evangélica, tanto em termos de crenças quanto em termos de compromissos e ação missionária que, embora pareça ser uma proposta simples em sua formulação não significa ser fácil em sua implementação como modus vivendi ou modus operandi de cada cristão comprometido com a evangelização. É fácil amar aos que nos perseguem? É fácil servir aquém nos odeia? Não podemos olhar para o mundo apenas como nossos adversários, como fazem muitos fundamentalistas e/ou lideres que se autodenominam cristãos, o desafio proposto pelas Escrituras Sagradas é ter uma cosmovisão cristocêntrica, entendendo que a vontade de Cristo é libertação e não alienação.
Mais contribuições de Lausanne como “A Igreja e a Evangelização”, “Urgência da Tarefa Evangelística” e “Evangelização e Cultura” nos conduz a um repensar do ser e estar da igreja na sociedade através dos tempos. A supervalorização mórbida de si mesmo e a predileção pelo grandioso vivenciada por muitos que têm como palavra de ordem CRESCER, promove a ridicularização do termo evangélico, que faz recair sobre este a pecha de aproveitador, enganador, empresário da religião que tem habilidade de manipulação de massa para obtenção de lucros exorbitantes.
Onde fica a ética? Onde fica a moral? O que é dignidade e caráter? É moral a ética vivenciada hoje? Estas perguntas não podem calar enquanto não forem respondidas com a vida cristã autêntica que não relativize a ética, integridade, moral e caráter.
Jesus, nosso modelo por excelência, que a si mesmo esvaziou e se deu por sacrifício vicário pelo seu povo alienado de Deus precisa ser para nós, verdadeira motivação para aprendermos usar as artes cênicas, musicais, as tecnologias disponíveis, os meios radiofônicos e televisivos para apregoar boas novas de salvação e não como meio de promoção pessoal, interesseira nem como manipulação emocional de pessoas que carecem da Glória de Deus.
Analisando de Lausanne, “Cooperação na Evangelização” e “Esforço Conjugado de Igrejas na Evangelização”, podemos ver que o mundo competitivo tem provocado entre cristãos ou igrejas uma guerra de mercado e as igrejas em vez de serem solidárias em sua tarefa de evangelização. Em vez de se propor uma cooperação entre pessoas guiadas pelo Espírito Santo, se vê uma proposição de estratégias mirabolantes e o sucesso[2] de megalomaníacos que têm uma personalidade moldada nos valores mercadológicos financeiros, fazendo crescer movimentos alijados à ação do Espírito Santo.
Considerado a contribuição de Lausanne como “Educação e Liderança”, Conflito Espiritual e “O Poder do Espírito Santo, a nossa atenção precisa voltar um pouco na historia bem recente da igreja brasileira que passou por ondas de batalha espiritual que provocou um conflito dualista de espiritualização do material e materialização do espiritual, causando grandes estragos nas igrejas e em sua concepção de conceitos e valores.
A Bíblia nos mostra desde o principio, Deus criando todas as coisas tendo partido do nada, convocando a criação para os demais atos criadores tais como árvore produzir frutos, animais povoarem a terra e ao homem como co-regente da criação, no entanto, parece-nos ter caído no esquecimento este atributo comunicável de Deus e isto nos têm conduzido a uma postura letárgica no tocante a nossas ações, tostando-nos passivos em vez de proativos. Por conta de nosso parco conhecimento da Bíblia, nossa visão quanto às causas físicas, biológicas, culturais, sociais e outras é tacanha.
Deixamos por conta de professores, mestres, líderes, seminários ou instituições a responsabilidade da educação teológica crendo, com isto que esta educação propiciará um crescimento espiritual e que seja possível o atingimento de um crescimento tal que seja satisfatório. Na verdade precisamos resgatar o verdadeiro ensino bíblico de que cada discípulo de Jesus deve buscar seu contínuo crescimento espiritual e que a igreja local e os seminários são ajudadores neste processo. Erramos ao pensar que seminários são locais para que pessoas descentralizadas na palavra sejam levadas ao alcance do ápice Espiritual, uma vez que as Escrituras mesmas nos ensinam que o próprio Espírito Santo convence o homem do pecado, da justiça e do juízo.
Lauzanne nos apresenta “Paz e Perseguição” nos conduzindo a uma reflexão de que pelo fato de Deus estar presente no meio de seu povo não quer dizer que este não será perseguido, entretanto temos que fazer eviçar nosso entendimento que como servos de Deus, discípulos de Jesus Cristo, portanto, somos agentes de paz no meio de uma geração perseguidora ou perseguida, somos cidadãos do céu, mas não deixamos de ser cidadãos da terra. Como verdadeiros cidadãos do céu, precisamos viver nossa plena cidadania da terra participando ativamente da polis em nosso mundo.
Muito mais pode ser dito ou, até mesmo descoberto com estudo e leitura da Bíblia e releitura do Pacto de Lausane, contudo, esta análise já nos evoca a uma releitura de nossas atitudes como cristãos, e de como temos administrado o que, de Deus, nos foi confiado a administrar.
Temos buscado promover a interação da igreja na sociedade para que ela resgate suas verdadeiras funções em seu contexto sociocultural e se preocupe, não somente com o Mandato Espiritual, mas, também com o Mandato Social e Mandato Cultural. Para e com isto trabalhamos para a promoção do crescimento qualitativo e quantitativo da Igreja de Deus. Não há como ser igreja de Cristo que prega a cruz de Jesus sem que tenha impressa em sua identidade esta marca indelével da cruz. Não há como pregar boas novas de salvação sem se ocupar com o cidadão e sua relação com a sociedade em que vive.
Precisamos desesperadamente ser luz do mundo e sal da terra, provendo mudanças, sendo que, para isto temos que crescer mais e mais no pleno conhecimento da vontade de Deus nos moldando a Jesus Cristo.



[1] Coloco aqui por marcas, as mais diversas propostas de ser igreja surgidas em nossos dias, e cada uma se utilizando de marketing pesado, difundindo seu nome como sendo a melhor opção de ser igreja.
[2] Este medido pela quantidade de potenciais financiadores da ascensão financeira da pessoa ou grupo, ao pelo montante de dinheiro conseguido com as estratégias.

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quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Biblia e Ecologia

Embora esta não seja a centralidade da proposta do texto bíblico, é um exercício bastante interessante o de se fazer uma leitura dentro de uma perspectiva ecológica. Olhando para o texto bíblico dentro desta perspectiva de pensamento ecológico, há de se concordar que encontramos o ser humano, sua vida e relação com tudo o que está em sua volta que, pelo fato de sua faculdade cognitiva e criticidade, recai sobre ele o dever de entender sua posição e papel no “todo” criado por Deus. Uma relação que também orienta quanto à necessidade de cuidado do que é de Deus e comum a todos os seres vivos, a saber, a terra.

Nesta leitura da criação, conforme relatado em Genesis vê-se Deus criando a vida em todas as formas e espécies existentes e dando sentido a tudo criado, pondo o homem como dominador e cuidador na criação, o que é uma relação de trabalho. Mostra a necessidade do descanso intermediando o trabalho que é o shabbat. Podemos ver que Deus assim fez, trabalhou seis dias e descansou. Jesus bem lembrou do fato de o descanso ter sido feito para o homem.

Esta perspectiva sabbatica também é vista em Êxodo, o que faz parte da tradição hebraica, no tocante ao fato de algum hebreu se tornar escravo de outro que no sétimo ano sairia forro. Em Deuteronômio, o principio sabbatico aparece no tempo do exílio babilônico em que, alguém que ficasse sem a posse de sua terra, esta lhe seria restituída completados 50 anos de sua perda.

Vários outros ensinamentos e orientações a respeito do preservar da vida, como o lidar com ninhos de pássaros, apanharem somente os filhotes; quanto ao desmatamento ou eliminação de arvores frutíferas em caso de guerra, ensinamento quanto a como proceder no trato de seus excrementos fecais, conforme Dt 23,13-15, o que denota preocupação com saneamento básico.

No texto de Êxodo 20 apresenta ensinamentos quanto ao trato da terra que deveria ser cultivada por seis anos e que no sétimo, nada se plantaria e o que fosse produzido seria por alimentação aos pobres e animais. Este texto, parte integrante do chamado código da aliança, fala sobre a legitimidade do trabalho agrícola sobre a terra e o ano sabbatico para que a terra descansasse, evitando, com isso, a exploração desordenada da terra por parte dos homens.

Pelo que pudemos perceber nesta caminhada, há muito a se aprender e percorrer ainda nesta releitura dentro do pensamento ecológico, contudo, conseguimos perceber que este exercício já nos conduz a um aprendizado de que Deus, em sua soberania, já traçou tudo para que vivêssemos de forma equilibrada. O texto nos mostra benefícios para a natureza criada, manutenção da terra, alimentação dos animais do campo, trabalho ordenado e intercalado com períodos de descanso, reinserção do pobre a sua cultura e posse do que perdera, respeito a Deus, ao próximo, a natureza e a tudo o que Deus fez e ordenou.

Não se pode perder de vista que é um trabalho hermenêutico que não deve desprezar uma acurada exegese para que não se incorra no erro de uma interpretação que, em vez de tomar o texto em seu contexto histórico-gramatical, o tenha por pretexto de uma interpretação tendenciosa, também é verdade que não se pode ver com olhos baços nem fazer os ouvidos moucos aos apelos dos pobres e da natureza para o cumprimento do que Deus pré-ordenou.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Desafios da Teologia

Se dermos acolhida às definições encontradas nos léxicos contemporâneos, eles são concordes entre si de que teologia é “ciência ou estudo...”, que se ocupa de Deus, religião, coisas divinas, e partem para as variações.

Teologia, a rigor precisa ser uma maneira de pensar e expressar em que o objeto é Deus e o resultado deste exercício sendo inexoravelmente algo único, verdadeiro e irrefutável.

As constantes discussões entre as comunidades de fé e as chamadas seculares, sobre o fato de a Teologia ser ou não ciência tem provocado sérios distúrbios em seus conteúdos e uma infinidade de “teologias” mescladas com teosofia e teogonia, e muitas outras “ias”[1], que deveriam ser ferramentas, tem adentrado ao ambiente acadêmico-teológico, provocando um afastamento do objetivo verdadeiro do ser da teologia, e isto já era preocupação do apóstolo Paulo conforme Colossenses 2:8, que diz” “Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo;”.

Teologia é saber racional e por assim ser deve propiciar um ambiente de comunicação agradável entre os mais diversos espaços de atuação, sendo passível de contestações por conta de sua cientificidade, entretanto, não esquecendo que pode e deve ser validado argumentativamente, na comunidade acadêmica teológica, em resposta à fé vivida e em diálogo com a comunidade acadêmica em geral.

A teologia, enquanto atividade pública precisa estar atenta às mais diversa formas de gritos da natureza, da sociedade, das comunidades eclesiais, dos ambientes acadêmicos se ocupando na árdua tarefa de oferecer respostas racionáveis, sem, contudo, agredir a fé e, por assim fazer, estar a serviço do Reino de Deus, propiciando uma vida melhor para o mundo, denunciando o pecado e plantando esperança no coração de todos.

Para nós da comunidade da fé, entendo que fazer teologia em nossos dias é um compromisso muito grande, pelo fato de entender que uma das tarefas da teologia é ser facilitadora do encontro das pessoas com o sagrado, ainda que não religiosas, propiciando o conhecimento de Deus, dessacralizando as visões metafísicas do mundo, e isto vai resultar mais de vivência religiosa do que de assimilação de doutrinas, pois sabemos que é o Espírito Santo quem convence o homem do pecado, da justiça e do juízo, conforme registrado em João 16.7-15.

Levando em conta o elemento fé, a sociedade em geral espera de nós maior capacidade dialogal para com os cidadãos seculares, entretanto estes precisam estar abertos à comunicação.



[1] Quero dizer aqui, toda da sorte de ciências que podem ser influenciadoras do exercício de pensar.